
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), anunciou que irá pessoalmente ao Rio de Janeiro para presidir as audiências referentes à megaoperação policial mais letal da história do país, realizada nos complexos do Alemão e da Penha. A movimentação, no entanto, tem causado estranheza e indignação, especialmente pelo fato de o ministro não ter competência direta sobre segurança pública estadual, o que levanta questionamentos sobre seu real interesse no caso.
O encontro reunirá o governador Cláudio Castro (PL), autoridades da segurança pública, procuradores e representantes do Judiciário, e foi marcado para o dia 3 de novembro, no Centro Integrado de Comando e Controle (CICC), no centro do Rio. Segundo informações oficiais, o objetivo seria “esclarecer os detalhes” da operação que resultou em mais de 120 mortos e centenas de prisões em territórios dominados pelo Comando Vermelho.
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A convocação das audiências partiu de um pedido do Conselho Nacional dos Direitos Humanos (CNDH) — órgão fortemente alinhado à esquerda e frequentemente crítico às ações policiais. Moraes, no entanto, decidiu presidir pessoalmente as oitivas, algo incomum e interpretado por muitos como uma tentativa de centralizar o caso sob sua supervisão direta, num gesto visto por aliados de Castro como ingerência indevida e até constrangimento institucional.
Nos bastidores, parlamentares afirmam que Moraes pretende mostrar força política e sinalizar “controle” sobre o tema da segurança pública, após o governo Lula ser acusado de omissão por negar blindados, ignorar pedidos de GLO e deixar o Rio entregue à própria sorte. O ministro, sancionado pelo governo de Donald Trump por abusos judiciais, tenta agora reconstruir sua imagem internacional e posar de mediador equilibrado, mas o povo sabe: quem cala diante do crime, trabalha contra a lei.
