O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou a prisão domiciliar integral de Jair Bolsonaro, ampliando o cerco judicial contra o ex-presidente. A medida foi tomada após indícios de que Bolsonaro teria descumprido restrições anteriores ao usar redes sociais de aliados e familiares para se manifestar politicamente, em especial durante os protestos do último fim de semana.
Além da detenção domiciliar, Moraes ordenou o recolhimento imediato de todos os celulares presentes na residência do ex-presidente. A decisão visa evitar que Bolsonaro continue exercendo influência política por meio de terceiros, o que foi considerado uma forma de burlar as proibições judiciais em vigor desde julho. A Polícia Federal cumpriu a ordem já na manhã desta segunda-feira.
Entre as medidas impostas, destacam-se o uso de tornozeleira eletrônica, proibição de comunicação com outros investigados, diplomatas ou jornalistas estrangeiros, e visitas restritas apenas a familiares diretos e advogados. Moraes considera que o descumprimento foi deliberado, com uso coordenado das redes sociais de seus filhos parlamentares para manter presença política ativa.
A decisão não impôs prisão preventiva imediata, mas Moraes deixou claro que qualquer novo descumprimento resultará na conversão automática da domiciliar em prisão comum. A medida ocorre em meio a uma nova fase da operação que investiga uma suposta articulação internacional envolvendo Bolsonaro e aliados.
Com a nova configuração, o ex-presidente está formalmente impedido de qualquer comunicação política, sendo mantido em regime fechado dentro de sua própria casa. A ação representa uma escalada na postura do STF diante de sucessivas violações e movimentações nos bastidores da política nacional.