Moraes falta em audiência no Senado, não justifica e é ‘trucidado’ por dois jornalistas internacionais

A Comissão de Segurança Pública do Senado realizou nesta quarta-feira (30) uma audiência que promete chocar o Brasil. Focada nas revelações da chamada “Vaza Toga”, a sessão contou com a presença dos jornalistas Sérgio Tavares e Glenn Greenwald. Já o principal acusado, o ministro Alexandre de Moraes, não compareceu, apesar da gravidade das denúncias apresentadas ao longo da audiência.

O jornalista português Sérgio Tavares foi o primeiro a depor e trouxe informações de arrepiar. Segundo ele, Eduardo Tagliaferro, ex-assessor do TSE, afirmou temer ser executado por ordem de Alexandre de Moraes, com possível envolvimento da facção criminosa PCC. A revelação surgiu em uma gravação entre Tagliaferro e o jornalista Oswaldo Eustáquio, que foi exibida no Senado. “Se fossem recentes, eu jamais divulgaria. Mas são de oito meses atrás”, explicou Tavares, indicando o nível de pânico e tensão nos bastidores do Judiciário.

Na sequência, o jornalista americano Glenn Greenwald, famoso por suas denúncias no caso Snowden e pelo site The Intercept, reforçou as críticas. Apresentando trechos de áudios, Greenwald revelou que ex-assessores de Moraes demonstravam receio da ilegalidade das ordens recebidas. Ele foi claro: “Há provas de que o TSE tem sido usado para fins pessoais por Moraes, que já ultrapassou todos os limites institucionais.” Segundo ele, o ministro teria usado o aparato eleitoral para perseguir manifestantes até em solo estrangeiro.

Greenwald também criticou o ambiente de medo instaurado por Moraes. Ele relatou que diversos juristas e figuras públicas se recusam a falar publicamente contra o ministro por temor de represálias. “As pessoas falam no privado, mas evitam críticas públicas. Isso não é democracia, é um estado de intimidação”, declarou. Essa revelação reforça a percepção de autoritarismo que há meses vem sendo denunciada por parlamentares e veículos independentes.

Outro ponto alarmante trazido à tona foi o uso indevido do termo “organização criminosa” para tentar enquadrar jornalistas críticos ao STF. Greenwald acusou Moraes de criminalizar o jornalismo e de censurar reportagens que desagradam sua narrativa. “Ele trata qualquer denúncia contra si como crime. Isso é censura institucionalizada. É um ataque direto à liberdade de imprensa”, afirmou.

Até o momento, o gabinete de Alexandre de Moraes permanece em silêncio, sem qualquer nota de esclarecimento sobre as denúncias apresentadas no Senado. A omissão do ministro diante de tamanha gravidade apenas aumenta o clima de desconfiança e revolta. A pergunta que paira no ar é: até quando o Brasil vai tolerar esse abuso de autoridade disfarçado de Justiça?