
O ministro Alexandre de Moraes, agindo de forma precipitada, aparentemente fortaleceu as posições de Eduardo Tagliaferro ao lhe entregar instrumentos valiosos para sua defesa e atuação midiática. O episódio ocorreu logo após movimentações judiciais que favorecem o ex-assessor.
Tagliaferro chegou a elogiar Moraes e sua equipe, afirmando que o material que agora possui foi “enviado” de modo a lhe dar munição jurídica e política para enfrentar os ataques e acusações que enfrenta. Isso revela entendimento claro: não se entrega arma a inimigos se não se subestima o poder de reação deles.
Essa ação pode ser vista como uma manobra mal calculada por quem pretendia neutralizar Tagliaferro, quando, na verdade, reforçou sua capacidade de expor o sistema de poder que o persegue. Muitos acreditam que Moraes quis controlar o jogo político-judicial, mas acabou invertendo o tabuleiro.
O erro estratégico consiste em subestimar a capacidade do adversário de transformar os próprios instrumentos de acusação em armas de denúncia. Quanto mais material Tagliaferro receber, mais munição terá para desmontar narrativas e deslegitimar quem o acusa.