O ministro Luís Roberto Barroso surpreendeu ao afirmar que pode antecipar sua aposentadoria do Supremo Tribunal Federal (STF). Após deixar a presidência da Corte nesta segunda-feira, ele declarou em entrevista que fará um retiro espiritual em outubro, quando tomará a decisão final sobre permanecer ou não no cargo. A fala trouxe forte repercussão nos bastidores políticos e jurídicos.
A possibilidade de saída abriu espaço para o presidente Lula começar a avaliar possíveis substitutos. Embora oficialmente só pretenda anunciar nomes caso Barroso confirme a decisão, o Palácio do Planalto já trabalha com hipóteses e faz articulações discretas para evitar surpresas. O governo enxerga na vaga uma oportunidade estratégica para ampliar sua influência no Supremo.
Entre os nomes mais cotados está o de Jorge Messias, atual advogado-geral da União, que já havia sido cogitado para outras indicações ao STF. Outro nome forte é o de Maria Elizabeth Rocha, presidente do Superior Tribunal Militar (STM), que possui sólida carreira no direito militar e poderia ser a escolha para agradar setores específicos da base de apoio petista.
Assessores próximos a Lula garantem que a definição será conduzida com cautela, já que uma mudança na composição do STF impacta diretamente o equilíbrio de forças no tribunal. A substituição de Barroso, se confirmada, poderá gerar debates intensos no Congresso e na opinião pública, aumentando ainda mais a pressão sobre o governo.
O episódio reforça o clima de instabilidade que paira sobre o Supremo e evidencia o interesse do Planalto em consolidar posições dentro da Corte. Para Lula, cada indicação representa não apenas um ato jurídico, mas uma jogada política decisiva para manter seu projeto de poder em meio a tantas turbulências.