
O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), solicitou oficialmente ao ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, o envio de blindados da Marinha para reforçar a megaoperação contra o Comando Vermelho, realizada nesta terça-feira (28). No entanto, o pedido foi negado pelo governo federal, em mais um episódio que escancara o abandono da segurança pública pelo Planalto. A recusa foi confirmada por um ofício datado do mesmo dia, no qual Castro requisitava o apoio logístico e operacional para enfrentar o poderio da facção criminosa.
De acordo com o documento, o governador solicitou que os veículos blindados fossem enviados com operadores especializados para garantir o avanço das forças estaduais nas áreas dominadas pelo tráfico. Entretanto, segundo aliados de Castro, o ministro Múcio não apenas evitou atender o pedido, como transferiu a responsabilidade ao comandante da Marinha na região. A resposta do oficial foi direta: o uso dos blindados só seria possível mediante uma operação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO), medida que o governo Lula se recusa a autorizar.
Na prática, a decisão representa mais um obstáculo ao combate ao crime organizado no estado, que enfrenta há meses uma escalada de violência alimentada pelo tráfico e pela omissão federal. O veto ao uso dos blindados ocorre no mesmo momento em que as forças de segurança estaduais arriscam a vida em confrontos intensos nas favelas do Rio, muitas delas controladas por facções fortemente armadas.
Enquanto isso, o governo Lula insiste em priorizar discursos ideológicos e debates sobre “traficantes vítimas”, deixando de lado o apoio efetivo às polícias e ao combate ao narcotráfico. A postura do Planalto causa revolta entre autoridades e cidadãos fluminenses, que veem a recusa como um gesto político e não técnico. O silêncio de Brasília diante da crise apenas reforça o sentimento de que a segurança pública foi abandonada à própria sorte.

