
O deputado federal Kim Kataguiri, um dos fundadores do Movimento Brasil Livre (MBL), voltou a demonstrar o quanto se distanciou da direita ao anunciar uma reconfiguração ideológica profunda dentro do grupo que ficou conhecido pelas manifestações contra o PT e pela suposta defesa do liberalismo econômico. Hoje no União Brasil, o parlamentar revelou que trabalha no lançamento de um novo partido político, com o qual pretende disputar as eleições presidenciais de 2026, em um movimento que simboliza sua tentativa de se reinventar à custa de ataques ao ex-presidente Jair Bolsonaro.
Em entrevista recente, Kataguiri deixou cair a máscara e disparou críticas pesadas contra a família Bolsonaro, chamando-a de “projeto hegemônico de poder” voltado, segundo ele, a “interesses pessoais”. Indo ainda mais longe, o deputado acusa o ex-presidente de ter ‘vendido o país’ para proteger o filho de investigações. “Vendeu o país inteiro em troca dessa blindagem”, declarou, numa fala que soou como ataque desesperado de quem busca relevância política em meio à decadência do MBL e ao desgaste de sua própria imagem.
Kataguiri também responsabilizou Bolsonaro por supostas falhas nas áreas de saúde, educação e combate à corrupção, repetindo o discurso tradicional da esquerda que o próprio MBL dizia combater. O contraste é gritante: quem antes marchava contra o PT agora repete as narrativas petistas para tentar voltar aos holofotes. O tom das declarações revela que Kim está mais preocupado em agradar à grande mídia e ao establishment político do que em defender os valores que o tornaram conhecido nas ruas em 2015.
Questionado sobre se o ex-presidente deveria cumprir pena de prisão, Kim não hesitou: “Deve ir para a cadeia, sim.” A declaração revoltou apoiadores da direita e confirmou o que muitos já sabiam — o MBL se tornou um movimento sem identidade, sem princípios e sem povo, liderado por políticos que trocam convicções por conveniência. Ao atacar Bolsonaro, Kataguiri enterra de vez a credibilidade do grupo e se consolida como mais um exemplo da velha política travestida de “renovação”.

