
Pela primeira vez na história, oficiais-generais brasileiros foram enviados para atuar na embaixada da China, em Pequim. A decisão, assinada neste mês por Luiz Inácio Lula da Silva (PT), encerra a exclusividade dos Estados Unidos como único país a receber esse tipo de apoio militar estratégico. A mudança sinaliza um realinhamento diplomático que favorece Pequim em detrimento da histórica parceria com Washington.
Foram designados três adidos: um oficial-general do Exército como Adido de Defesa e do Exército, um contra-almirante da Marinha como Adido Naval e um coronel da Aeronáutica como Adido Aeronáutico. Além deles, dois adjuntos também foram nomeados para reforçar a presença militar brasileira no país asiático, algo que não acontecia nem mesmo em períodos de maior aproximação comercial.
A medida vem em meio a um cenário de aproximação intensa entre Brasil e China, coincidindo com um momento de tensões diplomáticas com os Estados Unidos. Apesar de o decreto não mencionar diretamente essa disputa geopolítica, o gesto é interpretado por analistas como mais um movimento do governo Lula para se alinhar a regimes que desafiam a influência americana.
Entre as funções desses adidos estão negociar acordos de cooperação, intercambiar informações sensíveis, participar de visitas oficiais e monitorar avanços tecnológicos e industriais no setor de defesa da China. No Exército, o posto de oficial-general é o mais alto da carreira militar, reservado a funções estratégicas, o que reforça o peso da decisão.