O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, voltou a causar controvérsia com declarações feitas nesta quarta-feira (16), durante a inauguração de um centro de estudos da Universidade de Coimbra em parceria com o IDP. Diante de uma plateia de autoridades, o ex-ministro do STF disse que teme os rumos da inteligência artificial e apontou riscos que, segundo ele, colocam em perigo até a sobrevivência humana.
Lewandowski afirmou que a robotização pode provocar avanços na ciência, mas também abre portas para catástrofes.
Ele citou a possibilidade de guerras acidentais provocadas por sistemas automatizados e até mesmo a criação de vírus letais por meio de IA. “É preciso atenção. Estamos diante de uma ferramenta poderosa, que pode escapar ao controle”, disse o ministro.
O evento contou com a presença do vice-presidente Geraldo Alckmin, do ministro Gilmar Mendes e da ministra Luciana Santos. Em outro trecho de sua fala, Lewandowski também fez críticas ao que chamou de “mundo da pós-verdade” e alertou para a desinformação que, segundo ele, ameaça a democracia. “O avanço das fake news preocupa. A democracia está em risco”, afirmou.
As declarações, embora tragam um alerta importante sobre os perigos da IA, também levantaram suspeitas de que possam embasar medidas futuras de controle sobre o ambiente digital. Críticos do governo temem que o discurso sobre “combate à desinformação” acabe servindo de desculpa para censura e cerceamento da liberdade de expressão.
Não é a primeira vez que figuras do governo Lula associam o avanço tecnológico ao colapso democrático. O tom das falas tem preocupado defensores das liberdades individuais, que veem nesse movimento uma tentativa de impor filtros ideológicos à circulação de informações. Lewandowski, porém, não entrou em detalhes sobre eventuais propostas de regulação.