A crise internacional envolvendo o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, ganhou um novo e inesperado capítulo nesta terça-feira (1º).
A Justiça da Itália rejeitou o pedido de prisão feito por Moraes contra Eduardo Tagliaferro, seu ex-assessor, que foi detido recentemente em território italiano por questões migratórias. A decisão, divulgada pela Corte de Apelo de Catanzaro, representa mais um revés para o ministro e gera repercussão imediata no cenário político e jurídico brasileiro.
A informação foi tornada pública pelo jornalista Paulo Figueiredo, que divulgou a decisão em suas redes sociais. Segundo ele, a Terza Sezione Penale da Corte de Apelo decidiu impor apenas medidas cautelares a Tagliaferro, enquanto analisa o processo de extradição solicitado pelo Brasil. Isso significa que, por ora, o ex-assessor de Moraes não será preso de forma preventiva, como desejava o ministro, e poderá responder em liberdade sob restrições legais estabelecidas pelo tribunal.
O pedido frustrado de Alexandre de Moraes
O que chama atenção neste episódio é a forma como Moraes tentou atuar no caso. Conforme relatado por Figueiredo, o ministro não acionou a Interpol para solicitar a prisão de Tagliaferro, o que normalmente ocorre em pedidos de cooperação internacional. Ao invés disso, ele optou por uma via direta, enviando sua solicitação diretamente às autoridades italianas.
A escolha teria sido motivada por receio de um novo desgaste internacional, caso a Interpol rejeitasse o pedido. Em episódios anteriores, medidas semelhantes já haviam causado constrangimento ao governo brasileiro e ao próprio STF, gerando críticas sobre supostos abusos de poder e falta de fundamentação jurídica.