
O governo brasileiro reagiu com fúria às sanções impostas pelos Estados Unidos contra Viviane Barci de Moraes, esposa do ministro Alexandre de Moraes, e contra o Instituto Lex, ligado à família do magistrado. Em nota oficial, o Itamaraty disse receber as medidas “com profunda indignação” e acusou Washington de praticar uma “ingerência indevida em assuntos internos brasileiros”.
Segundo o comunicado, o governo norte-americano teria tentado justificar a punição “com inverdades” e estaria desvirtuando a Lei Global Magnitsky, usada pelo presidente Donald Trump para atingir figuras ligadas a abusos de direitos humanos e corrupção. O texto ainda classificou a decisão como um “ataque à soberania brasileira” e afirmou que o Brasil “não se curvará a mais essa agressão”.
O chanceler Mauro Vieira afirmou que a sanção seria uma ofensa à relação de “201 anos de amizade entre os dois países” e acusou os EUA de “politização”. Nos bastidores, porém, a leitura é clara: o cerco internacional contra Moraes se ampliou, e agora até familiares viraram alvo de sanções.
As medidas atingem não apenas Viviane, mas também autoridades próximas ao governo Lula, como o ministro da Advocacia-Geral da União (AGU), Jorge Messias, que teve seu visto cancelado. O gesto deixa evidente que os EUA não reconhecem a versão do STF e do Planalto sobre o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e consideram o processo como uma perseguição política.
Com a ofensiva de Trump, Lula e o STF se veem isolados. A tentativa de transformar Moraes em mártir agora atinge até sua esposa, e a reação oficial soa mais como um ato de desespero diante da exposição internacional das práticas abusivas do Supremo e do governo.