
Os direitos individuais, que deveriam ser tratados como pilares inegociáveis de uma democracia, vêm sendo constantemente relativizados no Brasil. No caso dos opositores ao governo Lula e dos apoiadores de Jair Bolsonaro, garantias básicas como a liberdade de expressão e o devido processo legal são ignoradas. Prisões arbitrárias, censura prévia e perseguições a familiares, inclusive crianças, se tornaram fatos comuns e preocupantes, colocando em xeque o Estado de Direito.
O Supremo Tribunal Federal (STF), instituição que deveria zelar pela Constituição, hoje é acusado de agir seletivamente. Conservadores enfrentam medidas desproporcionais, sem direito de defesa, enquanto aliados da esquerda recebem complacência e proteção. Esse duplo padrão expõe uma Justiça parcial, que escolhe quem merece ou não usufruir das garantias constitucionais, corroendo a confiança popular no Judiciário e fortalecendo a sensação de perseguição política.
A Rede Globo, maior emissora do país, também contribui para essa disparidade. Em vez de denunciar abusos, age como avalista das arbitrariedades, legitimando-as com narrativas enviesadas. Quando conservadores são atingidos, prevalece a criminalização e a demonização. Já quando se trata de personagens ligados à esquerda, o discurso muda para a vitimização e a comoção, revelando a falta de compromisso da emissora com o jornalismo imparcial e equilibrado.
Um exemplo claro foi o episódio envolvendo o ministro Alexandre Padilha. Os Estados Unidos suspenderam os vistos de sua família em razão do programa Mais Médicos, no qual profissionais cubanos tiveram seus salários confiscados em grande parte pelo regime de Havana, algo considerado internacionalmente como trabalho análogo à escravidão. A Globo, no entanto, optou por retratar Padilha como vítima de injustiça, omitindo os abusos cometidos contra os médicos cubanos, que foram explorados em silêncio e sem qualquer defesa por parte da imprensa brasileira.
Esse contraste deixa evidente a hipocrisia: conservadores e suas famílias são tratados como criminosos sem direito de defesa, enquanto a esquerda recebe cobertura humanizada, com enfoque no impacto pessoal das medidas. Tal seletividade mostra que os direitos fundamentais no Brasil não dependem mais da Constituição, mas sim de quem ocupa o poder e de qual ideologia se defende. Isso compromete não apenas a credibilidade da imprensa, mas também a própria saúde da democracia.