A presidente do PT e ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, decidiu atacar Jair Bolsonaro neste sábado (19), após o ex-presidente denunciar nas redes sociais o uso político da Justiça e das relações diplomáticas por parte do governo Lula. A petista afirmou que Bolsonaro está “acuado” diante das acusações que enfrenta no STF e que estaria tentando manipular os conceitos de asilo e reciprocidade.
A resposta de Gleisi veio após Bolsonaro criticar duramente as decisões recentes de Lula e Alexandre de Moraes. O ex-presidente afirmou que episódios como o asilo concedido à ex-primeira-dama do Peru e a suspensão da extradição de um cidadão búlgaro, ambos ligados a interesses da esquerda, “mancham a imagem do Brasil” e demonstram retaliação política disfarçada de diplomacia.
A fala de Bolsonaro gerou forte repercussão. Ele classificou como “lamentável” o uso da Justiça brasileira para fins de vingança e alertou para o isolamento internacional crescente do país. Segundo ele, o Judiciário está sendo conduzido por interesses pessoais, numa clara violação da imparcialidade que se espera das instituições democráticas.
O caso mais recente envolve a suspensão da extradição do búlgaro Vasil Georgiev Vasilev, acusado de tráfico na Espanha. Moraes alegou “reciprocidade” após o governo espanhol negar a entrega do jornalista Oswaldo Eustáquio, conhecido por sua postura crítica ao sistema e ao STF. O episódio levantou suspeitas sobre a seletividade das decisões judiciais.
Na publicação, Bolsonaro disse que a Justiça está sendo usada “de acordo com os caprichos e vontades de um único homem”, em referência clara a Moraes. Ele reforçou que o Brasil está sendo exposto internacionalmente como um país sem segurança jurídica, onde decisões políticas valem mais do que as leis.
A petista, por sua vez, reagiu acusando o ex-presidente de ter “rebaixado o Brasil ao isolamento e ao descrédito internacional”. No entanto, para muitos, a postura de Gleisi representa justamente a arrogância de um governo que usa o poder de Estado para proteger aliados e perseguir opositores. O contraste entre os discursos evidencia o abismo político e institucional que o país atravessa.