
A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, voltou a atacar a política de juros do Banco Central após o Copom elevar a taxa básica para 15% ao ano — maior nível em 19 anos. A petista classificou a decisão como “incompreensível”, mesmo com a economia apresentando sinais de crescimento e inflação controlada, segundo ela.
Curiosamente, Gleisi não citou o nome de Gabriel Galípolo, indicado por Lula para presidir o Banco Central. Uma omissão estratégica, já que a narrativa petista sempre foi de que o problema era Roberto Campos Neto, nomeado por Bolsonaro. Agora, com o BC nas mãos de um aliado de Lula, as críticas ficam mais tímidas.
A incoerência escancara o jogo político do PT. Antes, a culpa dos juros altos era sempre “dos outros”. Agora, quando o comando é do próprio governo, a estratégia muda: atacam a decisão, mas protegem o nome. Ou seja, querem colher os louros se der certo e jogar a culpa no sistema se der errado.
Enquanto isso, os brasileiros seguem pagando caro pelo descontrole fiscal e pela instabilidade institucional promovida pelo próprio governo. Não adianta espernear: juros altos são reflexo direto da insegurança jurídica, da gastança e da falta de previsibilidade econômica que se tornaram marca registrada da gestão petista.