
O discurso de Donald Trump na Assembleia Geral da ONU foi certeiro. O presidente americano denunciou a censura e a corrupção judicial no Brasil, levando ao palco internacional uma acusação que escancarou as perseguições políticas que marcam o país. Ao mesmo tempo em que expôs Lula ao mundo, Trump o convidou para negociar, deixando claro que Washington não está disposto a fechar os olhos para os abusos que vêm sendo cometidos.
O jornalista Paulo Figueiredo analisou a jogada e definiu o cenário com clareza: “Trump é realmente um gênio. Ele denuncia a ditadura brasileira e a invasão da jurisdição americana bem na ONU. Em seguida, diz que gosta do Lula, que o chamou para conversar e complementa dizendo que o Brasil vai continuar indo mal exceto se estiver ao lado dos EUA. Deixou o presidente brasileiro numa situação impossível: ter que ir para a mesa de negociação ouvir verdades e negociar algo que não tem como cumprir. Entenderam que a anistia será ampla, geral e irrestrita?”.
O anúncio de um encontro público entre os dois presidentes para a próxima semana esvaziou qualquer margem de manobra de Lula. O petista, que tentou posar de estadista no púlpito da ONU, acabou encurralado pela fala direta de Trump, que expôs contradições e deixou evidente que a pressão internacional só tende a aumentar.
A jornalista Karina Michelin também destacou o golpe estratégico de Trump: “Recusar a reunião seria assumir fragilidade diante da opinião pública internacional; aceitar, por sua vez, o obriga a encarar uma pauta indigesta que vai de tarifas comerciais e denúncias de censura até a exigência de um alinhamento geopolítico claro ao lado dos Estados Unidos. A cordialidade de Trump abre espaço para a diplomacia, mas a cobrança será inevitável na mesa de negociações. Lula claramente não esperava por esse anúncio em plena tribuna da ONU – a reação desconcertada de seu grupo deixou isso exposto diante do mundo. Agora, sob o olhar atento do mundo, não há mais disfarces possíveis – Lula está nu.”