
Era só o que faltava. O escritório de advocacia do filho do ministro da Justiça de Lula, Ricardo Lewandowski, foi contratado para representar uma das entidades envolvidas no escândalo bilionário do INSS. A denúncia, publicada pelo site Metrópoles, expôs mais uma grave ligação entre poder político e interesses privados que escandaliza o país.
Segundo a reportagem publicada pelo site Metrópoles, em 2 de dezembro de 2024, o Centro de Estudos dos Benefícios dos Aposentados e Pensionistas (Cebap) contratou o escritório do advogado Enrique Lewandowski e outras duas bancas para representar institucionalmente a associação. O objetivo seria assegurar, junto a órgãos federais, a manutenção do Acordo de Cooperação Técnica (ACT), que permite descontos de mensalidade associativa diretamente das aposentadorias e pensões.
O mais grave é que entre os órgãos listados para a atuação do filho de Lewandowski estão a Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon) e a própria Polícia Federal — ambos ligados ao Ministério da Justiça, comandado por Ricardo Lewandowski. O contrato expõe um conflito de interesses gritante, num momento em que a sociedade já desconfia da lisura das investigações envolvendo o rombo do INSS.
O valor acertado para os serviços não é pequeno: R$ 200 mil por mês para dividir entre os três escritórios de advocacia. A banca do filho de Lewandowski ficará com uma fatia mensal de R$ 50 mil, somando R$ 600 mil no período de um ano, mesmo em meio a uma operação da PF que investiga as irregularidades envolvendo as associações.
O Cebap integra um grupo de entidades suspeitas de serem utilizadas pelo empresário Maurício Camisotti, apontado como chefe do esquema. Segundo as investigações, ele teria usado laranjas para criar associações que lucravam com descontos indevidos de aposentados e pensionistas, prática que culminou em ações da Polícia Federal para desmantelar a farra.
O caso lança novas sombras sobre o Ministério da Justiça e reforça a percepção de que a atual gestão petista não apenas tolera, mas facilita o uso das estruturas públicas para favorecer aliados e familiares. A contratação do filho de um ministro envolvido diretamente nos órgãos fiscalizadores é um escândalo que grita aos olhos dos brasileiros cansados de impunidade.