
O clima entre Washington e o Supremo Tribunal Federal (STF) ficou ainda mais tenso nesta segunda-feira (2). O ex-assessor de Donald Trump, Jason Miller, respondeu duramente a um discurso do ministro Alexandre de Moraes, que antecedeu a leitura de seu relatório no julgamento da chamada “tentativa de golpe”.
Durante sua fala, Moraes exaltou a “soberania nacional” e disse que ela “jamais será vilipendiada, negociada ou extorquida”, em clara referência às sanções impostas pelos Estados Unidos contra ministros da Corte. Sem citar Trump diretamente, acusou uma “organização criminosa” de tentar coagir o STF e de submeter a Justiça brasileira ao “crivo de outro Estado estrangeiro”.
A resposta veio rápida. Jason Miller publicou em sua conta no X (antigo Twitter):
👉 “Seria sábio para o STF e o ministro Alexandre saber que os EUA não negociam com terroristas”.
A mensagem foi replicada pelo deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que mantém diálogo direto com Miller e outros integrantes do governo americano. O episódio reforça a aproximação entre aliados de Bolsonaro e o governo Trump, que já havia endurecido contra o STF com cassação de vistos, inclusão de Moraes na Lei Magnitsky e a imposição de uma tarifa de 50% contra produtos brasileiros.
As palavras de Miller têm forte peso político, pois deixam claro que, na visão do governo Trump, Moraes passou a ser tratado como um inimigo declarado dos EUA. A ofensiva americana isola ainda mais o STF no cenário internacional e coloca em xeque a narrativa de Moraes de que sua atuação é em defesa da democracia.