
Novas informações escancaram um método em cinco etapas que teria sido utilizado pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), para produzir relatórios contra bolsonaristas, sem o devido processo legal. O procedimento mostra um ciclo irregular de pedidos, monitoramento e decisões judiciais, transformando o Judiciário em verdadeiro aparato de vigilância política.
1️⃣ Primeiro, Moraes fazia pedidos de relatórios contra determinados alvos diretamente ao juiz instrutor de seu gabinete, Airton Vieira.
2️⃣ Em seguida, Vieira repassava os pedidos, via WhatsApp e sem qualquer ofício ou decisão formal, para Eduardo Tagliaferro, chefe da AEED (Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação) do TSE.
3️⃣ Tagliaferro, com sua equipe, realizava monitoramentos em redes sociais e grupos de conversas, seguindo à risca os pedidos do gabinete de Moraes no STF.
4️⃣ Esses relatórios eram enviados de volta ao inquérito das fake news, já dentro do gabinete de Moraes, mas com aparência de terem sido produzidos espontaneamente.
5️⃣ Por fim, Moraes recebia os documentos e os utilizava para embasar decisões contra opositores políticos, citando apenas o recebimento da AEED, sem admitir que os pedidos haviam partido dele próprio.
O roteiro levanta sérias acusações de abuso de poder e falta de transparência, mostrando como a estrutura institucional teria sido usada para alimentar um processo de perseguição política. O ciclo cria uma fachada de “espontaneidade”, quando na verdade, tudo seria encomendado e direcionado pelo próprio ministro.
O esquema expõe a fragilidade do Estado de Direito no Brasil, onde relatórios produzidos de forma questionável são usados para fundamentar decisões que atingem diretamente parlamentares, jornalistas e cidadãos ligados ao ex-presidente Jair Bolsonaro. Para muitos analistas, trata-se de mais uma prova de que o sistema democrático está sendo corroído por dentro, com decisões secretas travestidas de legalidade.
