
Antes de tomar partido no conflito entre Israel e Irã, é preciso ter um mínimo de noção histórica. Transformar uma tragédia geopolítica em briga de torcida, como fazem militantes brasileiros, é não apenas desinformado, mas desrespeitoso. A rivalidade entre os dois países começou após 1979, quando a Revolução Islâmica instalou um regime teocrático no Irã, rompendo a antiga aliança que havia com Israel, baseada em interesses estratégicos e econômicos.
O Irã passou a adotar uma linha radical contra o Ocidente, tornando-se hostil a Israel e ganhando prestígio entre países muçulmanos ao se opor abertamente ao chamado imperialismo. Apesar de não ser árabe e nem seguir a corrente sunita dominante no Islã, o Irã soube explorar essa rivalidade religiosa e política para se firmar como referência entre os inimigos de Israel, financiando grupos terroristas como Hezbollah e Hamas — que, ironicamente, são exaltados por setores da esquerda brasileira.
Desde os anos 90, o confronto militar direto se intensificou, mas foi em abril de 2024 que a situação atingiu níveis alarmantes: Israel bombardeou um consulado iraniano na Síria, matando o chefe das Forças Armadas do Irã. A justificativa israelense foi clara: o Irã estaria violando o Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares, ao tentar desenvolver armas atômicas em segredo. A tensão explodiu de vez, reacendendo temores de um conflito global.
Em resposta, o Irã prometeu retaliações, enquanto Israel entrou em alerta total. Donald Trump, presidente dos EUA, alertou que se houver qualquer ataque ao território americano, o Irã enfrentará a força total das Forças Armadas dos EUA. Ao mesmo tempo, Trump lembrou que já havia dado 60 dias para o Irã negociar um acordo nuclear e que o prazo se esgotou. Segundo ele, a escalada poderia ter sido evitada, mas agora, a história caminha para um desfecho imprevisível.
Enquanto isso, militantes da esquerda no Brasil defendem cegamente regimes que executam gays, oprimem mulheres e financiam o terror. Já alguns da direita cristã erram ao apoiar qualquer ação israelense sem discernimento. No Oriente Médio, os valores são outros: trata-se de religião, poder, sobrevivência e guerra. A situação é séria, complexa, e não cabe ser tratada com a simplificação burra da polarização brasileira.