
Concretizada nesta sexta-feira (18), a perda de visto para os Estados Unidos de oito dos 11 ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) já foi motivo de piada entre eles em novembro do ano passado, logo após a vitória de Donald Trump nas eleições presidenciais americanas.
De acordo com a colunista Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo, o momento teria ocorrido no dia 6 de novembro do ano passado, quando os magistrados teriam feito uma brincadeira na qual o objetivo seria adivinhar qual deles seria o primeiro a ter o visto revogado por Trump.
Ainda de acordo com a publicação, a conversa teria ocorrido no momento em que os membros da Corte se preparavam para entrar no Plenário. Na sala estariam os ministros Luís Roberto Barroso, Flávio Dino, Gilmar Mendes, Dias Toffoli, Alexandre de Moraes e Nunes Marques.
Dois meses antes dessa ocasião, em setembro, um grupo integrado por políticos norte-americanos do partido Republicano já havia enviado uma carta ao então secretário de Estado americano, Antony Blinken, solicitando a revogação de vistos de todos os magistrados do STF.
Na ocasião, o grupo chamava o ministro Alexandre de Moraes de “ditador totalitário” e acusavam os outros membros do Supremo de serem “cúmplices” do que chamavam de “práticas antidemocráticas”.
EUA DECRETA PERDA DE VISTOS
O Secretário de Estado do governo Donald Trump, Marco Rubio, usou seu perfil na rede social X, nesta sexta-feira (18), para anunciar que os vistos do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), de seus aliados no tribunal e seus familiares foram revogados. A sanção tem efeito imediato. Apenas os ministros Nunes Marques, André Mendonça e Luiz Fux ficaram de fora da lista.
Na publicação, Rubio diz que Trump foi claro em afirmar que seu governo “vai responsabilizar estrangeiros responsáveis pela censura à expressão protegida nos Estados Unidos”.
– A perseguição política do ministro do Supremo Tribunal Federal do Brasil, Alexandre de Moraes, contra Jair Bolsonaro criou um complexo de perseguição e censura tão amplo que não só viola direitos básicos dos brasileiros, como também ultrapassa as fronteiras do Brasil para atingir americanos – disse o secretário.
O mais importante diplomata dos EUA destacou que já foi determinada “a revogação dos vistos de Moraes e seus aliados no tribunal, assim como dos familiares imediatos deles, com efeito imediato”.
Moraes determinou restrição à circulação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) com uso de tornozeleira eletrônica e proibição de aproximação de embaixadas. O ex-presidente, que foi impedido de falar com seu filho, o deputado federal licenciado, Eduardo Bolsonaro (PL-SP), foi alvo de buscas e apreensão da PF (Polícia Federal) nesta sexta-feira.
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