A disputa eleitoral de 2026 em Minas Gerais poderá colocar o eleitor mineiro diante de uma série de “outsiders”, ou seja, políticos que não nasceram no estado, mas buscarão votos para cargos majoritários e proporcionais no segundo maior colégio eleitoral do país. Embora a Constituição não impeça a candidatura de não naturais, a ausência de raízes locais costuma pesar na percepção do eleitorado — sobretudo num estado marcado por forte identidade regional e histórica.

Casos não faltam. Minas já foi governada por figuras de fora, como Alberto Pinto Coelho, nascido em Goiás; Itamar Franco, de São Paulo; e Newton Cardoso, da Bahia. A questão, mais do que legal, é de identidade e intenção: será que esses nomes realmente representam os mineiros ou apenas buscam uma vaga fácil em meio a um eleitorado numeroso?

Paulo Guedes, carioca e ex-ministro da Economia de Bolsonaro, foi ventilado como possível nome ao Senado por Minas, já que estudou na UFMG e viveu parte da juventude em Belo Horizonte. Apesar disso, o economista diz preferir a vida privada e já afirmou que não entende nada de política. Uma desistência que, para muitos, revela o desinteresse por construir algo sólido em terras mineiras.

Eduardo Cunha, outro carioca, também aparece como possível candidato a deputado federal por Minas, com domicílio eleitoral em Juiz de Fora, cidade próxima ao Rio. A movimentação, segundo bastidores, teria caráter estratégico, e não afetivo ou representativo. Cunha, símbolo do fisiologismo e dos conchavos de Brasília, é visto por muitos como um nome tóxico, ainda que influente.

Marco Antônio Costa, o “Superman da Jovem Pan”, é outro nome da nova direita que pode tentar uma vaga no Senado por Minas. Apesar de sua base carioca, ele mira nos jovens conservadores mineiros e conta com o suposto aval direto de Jair Bolsonaro, o que pode impulsionar sua campanha. Resta saber se os mineiros aceitarão um “super-herói” carioca como representante legítimo do estado.

Por fim, Rodrigo Pacheco, presidente do Senado, é natural de Rondônia, mas construiu sua carreira política em Minas. Apesar da origem distante, tem trajetória consistente no estado, embora hoje esteja alinhado a Lula — o que pode comprometer sua imagem diante de um eleitorado que em boa parte rejeita o petismo e as alianças espúrias do centrão.

A eleição de 2026 em Minas promete mais do que uma disputa partidária. Será também um teste de identidade: os mineiros escolherão representantes com raízes no estado ou vão ceder ao “carreirismo geográfico” de outsiders em busca de mandatos?

By Jornal da Direita Online

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