
O deputado Rogério Correia (PT-MG) anunciou que vai apresentar um requerimento na CPMI do INSS pedindo a prisão preventiva do advogado Nelson Wilians. A iniciativa surge após a operação da Polícia Federal, que investiga o maior esquema de fraudes da história da Previdência, com desvios bilionários de aposentadorias e pensões.
De acordo com a PF, empresas ligadas a Wilians teriam sido usadas para lavagem de dinheiro desviado por associações controladas por Mauricio Camisotti. O esquema aplicava descontos ilegais em aposentados, e os investigadores apontam um vínculo financeiro direto de mais de R$ 28 milhões entre os envolvidos.
Durante as buscas, agentes federais encontraram na residência de Wilians um Rolls-Royce de R$ 11 milhões, vinhos importados avaliados em até R$ 50 mil por garrafa, relógios de luxo, armas e obras de arte. A PF também descobriu que veículos usados por Antonio Carlos Camilo Antunes, o “Careca do INSS”, estavam registrados em empresas ligadas ao advogado.
Mesmo diante das evidências, o ministro André Mendonça (STF) rejeitou o pedido de prisão da PF contra Wilians, o que provocou a reação de Rogério Correia. Para o petista, a liberdade do advogado representa risco de intimidação de testemunhas e ocultação de bens. Já a defesa afirma que Wilians não responde a nenhuma ação penal, nunca foi condenado e que está disposto a colaborar com a Justiça.
A decisão sobre o pedido de prisão preventiva agora dependerá do andamento da CPMI e da pressão política no Congresso. Enquanto isso, o caso expõe o luxo e os privilégios ostentados por quem é acusado de enriquecer à custa do sofrimento de aposentados e pensionistas do INSS.