
A deputada federal Luizianne Lins (PT-CE) permanece detida na prisão de Ketziot, localizada no deserto de Negev, em Israel, após a interceptação da flotilha Global Sumud, que tentava levar ajuda humanitária à Faixa de Gaza. Segundo sua assessoria, a parlamentar recusou-se a assinar um acordo de deportação acelerada oferecido pelas autoridades israelenses, por considerar os termos “abusivos”.
Em nota oficial, a equipe de Luizianne explicou que a decisão foi tomada em solidariedade aos demais brasileiros detidos que também rejeitaram o procedimento.
“Por sua trajetória na defesa dos direitos humanos, entendeu que sua responsabilidade ia além de sua própria situação — estando em solidariedade e unidade com os demais membros da delegação brasileira que não assinaram o documento”, diz o comunicado.
As audiências que analisam as detenções dos ativistas ocorreram neste sábado (4). Entre os brasileiros detidos estão também o ativista Thiago Ávila, a vereadora Mariana Conti (PSOL-SP) e a presidente do PSOL no Rio Grande do Sul, Gabi Tolotti. Parte do grupo iniciou uma greve de fome em protesto, incluindo Ávila, João Aguiar, Bruno Gilga e Ariadne Telles.
Outro integrante da missão, o professor Nicolas Calabrese, militante do PSOL, já foi deportado para a Turquia.
O governo israelense afirmou que as embarcações da flotilha tentaram romper o bloqueio marítimo imposto à Faixa de Gaza, mesmo após ordens do Exército para alterarem a rota. A operação deteve ativistas de diversas nacionalidades, entre eles a sueca Greta Thunberg.
As autoridades israelenses classificaram o movimento como uma “provocação”. Em nota, o Ministério das Relações Exteriores de Israel declarou:
“O único propósito da flotilha Hamas-Sumud é a provocação. Israel, Itália, Grécia e o Patriarcado Latino de Jerusalém ofereceram e continuam a oferecer à flotilha uma maneira de entregar pacificamente qualquer ajuda que pudessem ter a Gaza. A flotilha recusou porque não está interessada em ajuda, mas sim em provocação”.
O comboio, composto por 47 embarcações civis, partiu da Espanha e ficou conhecido entre autoridades israelenses como o “iate das selfies”, em referência à presença de influenciadores e ativistas que usam as missões humanitárias como palco para visibilidade nas redes sociais.
Jornal da cidade