
O Departamento de Estado dos EUA, em relatório anual que será entregue ao Congresso nesta terça‑feira (12), faz críticas diretas ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e ao ministro do STF, Alexandre de Moraes. O documento acusa o Brasil de suprimir desproporcionalmente o discurso de apoiadores de Bolsonaro, além de mencionar Moraes por ordem de suspensão de mais de 100 perfis na plataforma X.
O relatório destaca que Moraes “determinou pessoalmente a suspensão de mais de 100 perfis de apoiadores do ex‑presidente”, o que configura, segundo os EUA, interferência política e ataque à liberdade de expressão. Essa menção reforça o desgaste externo acumulado desde as sanções aplicadas com base na Lei Magnitsky, que o atingirão economicamente.
A publicação chega em um momento de escalada diplomática entre Brasil e EUA, marcado pelo tarifaço anunciado por Trump e sanções anteriores à Corte, incluindo restrições de visto a Moraes e familiares. O tom do relatório sinaliza que Washington passa a enxergar o Judiciário brasileiro como instrumento de perseguição política, não apenas de justiça.
Essa nova crítica internacional agrava ainda mais a crise entre os dois países. O governo Lula repete, em público, que se trata de interferência na soberania nacional. Nos bastidores, porém, cresce o desconforto com o impacto desses relatos na imagem institucional do país — especialmente em tempo de COP30 e de busca por legitimidade global.