
O senador Jorge Seif (PL-SC) destacou as fraudes relacionadas a descontos não autorizados por aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
Segundo ele, aposentados recebem ligações com ameaças de bloqueio de benefícios caso não aceitem contratar cartões de crédito, planos funerários e até clubes de serviço. A estimativa inicial era de R$ 6 bilhões. Depois, uma nova estimativa de R$ 20 bilhões. A denúncia aponta para uma atuação questionável da Polícia Federal (PF) na investigação dessas fraudes.
O esquema de fraudes no INSS, conhecido como “Farra do INSS”, refere-se a um esquema criminoso investigado pela PF e pela Controladoria-Geral da União (CGU) que desviou e lavou recursos dos beneficiários do INSS mediante descontos irregulares, sem autorização, nos benefícios de aposentados e pensionistas. A operação foi batizada como “Operação Sem Desconto”.
Inicialmente, o INSS estimou 4,1 milhões de beneficiários que podem ter sido prejudicados por descontos não autorizados em aposentadorias e pensões por causa da fraude. Ao final de maio, o instituto abriu uma auditoria interna e estima 4 milhões de lesados. A operação policial foi deflagrada em abril de 2025, com cumprimento de 211 mandados de busca e apreensão em 13 estados e no Distrito Federal.
A CGU iniciou a apuração em 2023 e acionou a PF em 2024 ao encontrar indícios de crime. Em 23 de abril de 2025, a “Operação Sem Desconto” cumpriu 211 mandados de busca e apreensão e outros seis de prisão temporária em 13 estados e no Distrito Federal. Além disso, apreendeu 141 joias, mais de 60 veículos de luxo e R$ 1,7 milhão em dinheiro vivo.
Os cadernos com anotações, que indicam a divisão de propinas no esquema de fraudes no INSS, foram apreendidos durante a operação em Brasília, no escritório de Antonio Carlos Camilo Antunes, o “Careca do INSS”, suspeito de ser lobista e facilitador do esquema. A denúncia também aponta que a PF sabia da fraude desde 2020 e não tomou medidas efetivas para combatê-la.