
Nos anos 70 e 80, o crime organizado ainda mantinha uma espécie de “código de conduta”. Muitos criminosos buscavam impor respeito e certa ordem nas comunidades onde atuavam, evitando conflitos diretos com moradores. Em troca, a população não interferia nos negócios ilícitos. Esse pacto informal, porém, ruiu com o passar das décadas, quando as drogas se sofisticaram e os lucros aumentaram — abrindo caminho para uma disputa sangrenta por territórios e poder.
Com o crescimento das facções e o avanço das armas de guerra, a lógica da proteção virou opressão. Hoje, vale tudo pelo controle dos pontos de tráfico, e a vida humana passou a ter valor nenhum. A população percebeu, tarde demais, que a romantização do bandido “protetor” destruiu comunidades inteiras, criando um sistema onde o medo é a lei. Em estados como São Paulo, políticos que entenderam essa mudança souberam agir com firmeza, adotando políticas de segurança baseadas em inteligência e autoridade — e isso marcou suas trajetórias.
É um erro achar que o narcoterrorismo é um problema restrito ao Rio de Janeiro. O tráfico se espalhou por todo o Brasil, dominando rotas no Norte, Nordeste, Centro-Oeste e fronteiras internacionais. Hoje, as facções controlam desde presídios até portos e aeroportos, influenciando até decisões políticas e econômicas. A criminalidade se tornou uma ameaça nacional, e não apenas uma questão de polícia.
Com a proximidade das eleições de 2026, os políticos que compreenderem a gravidade do tema e defenderem pautas firmes de segurança pública terão apoio popular. O brasileiro não aguenta mais a inversão de valores, o discurso de “bandido vítima” e a leniência do Estado. Quem colocar a defesa da lei, da família e da ordem no centro do debate colherá os frutos — porque o povo já entendeu: não há progresso sem segurança.
