
O relator da CPMI do INSS, deputado Alfredo Gaspar (União Brasil-AL), afirmou nesta terça-feira (18) que a comissão deve convocar o advogado-geral da União, Jorge Messias, para explicar possíveis omissões envolvendo o Sindicato Nacional dos Aposentados (Sindnapi-FS). O tema ganhou força após reportagens apontarem que Messias teria ignorado alertas formais sobre irregularidades no sindicato em 2024, mesmo após denúncias de descontos abusivos em benefícios de aposentados. O detalhe incômodo: o vice-presidente do sindicato é Frei Chico, irmão do presidente Lula.
Gaspar classificou a situação como gravíssima e deixou claro que a CPMI não pode se calar diante dos fatos. Ele afirmou que Messias deverá ser ouvido “sob pena de prevaricação” por parte dos próprios parlamentares caso a convocação não ocorra. O parlamentar lembrou ainda que Messias é o nome mais cotado dentro do governo para a próxima vaga no STF, o que torna o caso ainda mais sensível politicamente e institucionalmente.
Durante a reunião, o relator apresentou reportagens da Band e do Estado de S. Paulo, que revelam que a AGU teria recebido informações detalhadas sobre o Sindnapi um ano antes da Operação Sem Desconto. Os documentos enviados à Advocacia-Geral descreviam a entidade como uma das organizações que apresentavam “aumento significativo” de reclamações por descontos não autorizados, o que teoricamente deveria ter motivado ações judiciais imediatas — mas nada foi feito.
Indignado, Gaspar ressaltou que apenas dois cenários são possíveis: ou há uma perseguição midiática contra o candidato ao Supremo, ou Messias de fato incorreu em conduta criminosa. Para o relator, a omissão diante de alertas formais não pode ser tratada como algo trivial, ainda mais quando envolve idosos lesados, interesses políticos e nomes próximos ao núcleo duro do governo Lula. Agora, com a CPMI avançando, Messias se tornou o novo foco das investigações.
