
O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) se tornou oficialmente o mais recente investigado em um novo inquérito autorizado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. A decisão, que atende a um pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR), marca mais um capítulo da tensão entre setores do Judiciário e figuras proeminentes da política conservadora no Brasil.
Pedido da PGR e autorização de Moraes
O novo inquérito foi aberto após solicitação da PGR, órgão responsável por investigar possíveis crimes cometidos por autoridades com foro privilegiado. Moraes, relator de diversos casos relacionados aos atos antidemocráticos e à disseminação de desinformação nas redes, prontamente acolheu o pedido. A decisão foi tomada de maneira célere, o que provocou reações imediatas, principalmente entre os apoiadores do parlamentar e críticos do ministro.
Ainda não foram divulgados todos os detalhes que justificaram o pedido da PGR, mas especula-se que envolvam manifestações e declarações públicas feitas por Eduardo Bolsonaro em redes sociais e eventos políticos, os quais, segundo os investigadores, podem configurar ataques às instituições democráticas ou incitação a atos antidemocráticos.
Reação imediata da mídia tradicional
O fato de o inquérito ter sido instaurado rapidamente já gerou ampla cobertura nos principais veículos de comunicação. Grandes portais e jornais tradicionais trataram a abertura do processo como uma “certeza” de punição. Em menos de 24 horas, manchetes e artigos passaram a apontar que a responsabilização do deputado seria iminente.
Esse comportamento da imprensa foi alvo de críticas por parte de muitos usuários nas redes sociais, que enxergaram um julgamento antecipado e um tratamento desigual em relação a figuras de direita, em contraste com a abordagem usada para políticos de esquerda em casos semelhantes.

Eduardo Bolsonaro ironiza o caso nas redes sociais
Eduardo Bolsonaro não demorou a se manifestar. Em seus perfis nas redes sociais, o parlamentar compartilhou uma imagem do artigo assinado pela colunista Bela Megale, do jornal O Globo. A legenda da publicação foi carregada de ironia e crítica ao que ele considera uma justiça parcial:
“Abriram o inquérito ontem, mas já temos a sentença. Viva a democracia alexandrina. Sanções para você e todos que te dão suporte são essenciais!”
A publicação viralizou entre seus seguidores e outros políticos da direita, sendo interpretada como uma denúncia do que ele vê como autoritarismo do Judiciário. A expressão “democracia alexandrina” faz referência direta ao ministro Alexandre de Moraes e sugere uma democracia controlada por decisões judiciais monocráticas.