
O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL-RJ), deixou claro a deputados federais durante encontro na quinta-feira (30) que não pretende receber o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), no Palácio Guanabara, sede oficial do governo. O recado firme confirma a disposição de Castro em manter independência institucional e evitar qualquer gesto que possa ser interpretado como submissão política.
Segundo informações da Folha de S.Paulo, Castro afirmou que o encontro com Moraes — marcado para discutir questões de segurança após a megaoperação contra o Comando Vermelho — acontecerá no Centro Integrado de Comando e Controle (CICC), o mesmo local onde o governador recebeu os parlamentares. O espaço abriga uma ampla mesa de comando e dezenas de monitores com imagens em tempo real da cidade, símbolo da integração entre as forças de segurança estaduais.
O gesto de Castro foi interpretado como uma resposta direta à tentativa de interferência do Supremo nas ações de segurança do estado. O governador, que vem ganhando apoio popular por enfrentar o narcoterrorismo fluminense, deixou claro que não aceitará tutelas ou imposições vindas de Brasília. A mensagem foi vista como um ato de autonomia e coragem institucional, num momento em que o STF tenta se projetar sobre as decisões que cabem exclusivamente ao Executivo estadual.
Para aliados, o recado de Castro é político e simbólico: a autoridade do Rio não se curva à toga. O governador reafirma assim seu compromisso com o combate ao crime organizado e com a defesa da Constituição, que assegura aos estados o direito de gerir suas políticas de segurança pública sem interferência externa. Em um cenário de crise e tensão entre Poderes, o Rio de Janeiro mostra que a liderança forte ainda é possível — e necessária — quando o povo está do lado da lei e da ordem.
