O influenciador de esquerda Thiago Torres, conhecido como “Chavoso da USP”, teve sua conta principal no Instagram derrubada neste domingo (16), mesmo acumulando mais de 1 milhão de seguidores. A remoção ocorreu de forma repentina, sem aviso prévio, e tirou do ar a principal plataforma usada pelo criador de conteúdo. O caso gerou enorme repercussão entre políticos e militantes ligados ao PSOL e à esquerda acadêmica.
Logo após o bloqueio, Torres abriu um novo perfil e afirmou estar frustrado com a decisão da Meta. Ele lamentou que “anos de trabalho” tenham sido descartados sem explicações claras. A deputada psolista Sâmia Bomfim reagiu com indignação, classificando o caso como um “ataque direto à liberdade de expressão” e insistindo que não houve justificativa para o banimento. A narrativa seguiu a cartilha habitual da esquerda, sempre pronta a se vitimizar.
A reação, porém, ganhou outro tom nas redes quando Eduardo Bolsonaro quebrou o silêncio e ironizou a situação. Com apenas uma frase — “Ué, mas e o ‘internet não é terra sem lei’…?” — o deputado expôs a contradição de um grupo que sempre pediu mais controle e censura online, e agora se diz perseguido. A resposta viralizou imediatamente, evidenciando o desgaste do discurso seletivo dos que defendem a moderação apenas quando atinge seus adversários.
O episódio levanta mais uma vez o debate sobre o poder das big techs e a falta de critérios transparentes nas punições digitais. Curiosamente, quando a censura atinge perfis conservadores, grande parte da mídia e da esquerda celebra. Mas quando o alvo muda, surge um repentino clamor por garantias democráticas. A disputa expõe o duplo padrão que marca o ambiente político do país.
