A crise no Rio Grande do Sul atingiu um ponto dramático. De acordo com o deputado estadual Paparico Bacchi, pelo menos 25 produtores rurais tiraram a própria vida nos últimos 12 meses, sufocados por dívidas bilionárias e pela falta de apoio do governo federal. Em entrevista ao Jornal do Agro Online, o parlamentar afirmou que o estado enfrenta a pior crise econômica da sua história, comparando a gravidade da situação até mesmo à Revolução Farroupilha.
“Estamos vivendo a pior crise econômica do Rio Grande do Sul. Nem mesmo a crise de 1835, que desencadeou a Revolução Farroupilha, é maior do que essa”, lamentou Bacchi. O deputado responsabilizou diretamente o governo Lula e o governador Eduardo Leite, acusando ambos de abandono e má gestão diante do sofrimento de milhares de famílias que sustentam o setor agropecuário gaúcho.
Segundo Bacchi, o descaso é evidente. Ele denunciou que o governo estadual pretende usar recursos do fundo de reconstrução — criado para ajudar vítimas da tragédia — para conceder pedágios a empresas privadas. “Querem instalar pedágios a cada 17 km, com cobrança por 30 anos a R$ 0,19 o quilômetro. Há pouco tempo o governador ainda quis comprar um avião com dinheiro público”, criticou. O deputado também apontou a falta de ações concretas de Brasília, dizendo que o governo Lula “prefere investir em propaganda do que socorrer o povo”.
Apesar da tragédia e do abandono, Paparico Bacchi deixou uma mensagem de esperança. “Nós precisamos encontrar um caminho. A vida não tem preço, tudo vai passar”, declarou o parlamentar, emocionado. A fala repercutiu fortemente nas redes sociais, onde internautas denunciaram o abandono do campo e o desprezo do governo com quem produz. Enquanto o agro pede socorro, o silêncio de Lula e Leite ecoa como símbolo da indiferença política diante do sofrimento humano.