Na visão do ex-comandante do BC, Roberto Campos Neto, o recente reajuste no IOF está longe de ser uma medida que atinge apenas grandes fortunas. Segundo ele, essa cobrança atinge diretamente a população comum e encarece o funcionamento de toda a cadeia produtiva do país. “Não é verdade que [o IOF] seja um tributo exclusivo para quem tem muito. Essa ideia não se sustenta diante de uma conta básica de quanto isso pesa sobre uma operação de crédito pequena”, declarou em entrevista recente.

De acordo com Campos Neto, o impacto da alta é direto no custo do crédito e acaba gerando distorções que penalizam setores inteiros. Ele frisou que o imposto acaba dificultando até os processos mais simples de financiamento. E deixou claro: “afeta tudo e todos”. Essa observação coloca por terra o discurso oficial de que a taxação seria voltada apenas para investidores de grande porte ou milionários.

O ex-presidente do Banco Central, que hoje ocupa cargo de destaque em uma instituição privada de renome internacional, reforçou sua crítica ao modelo de arrecadação que vem sendo adotado. “É um tributo péssimo. Dizer que o encarecimento do crédito é uma punição para quem está no topo da pirâmide não faz sentido. Estou agora atuando no setor privado e sei bem os efeitos disso para todos os lados da economia”, destacou.

A situação ganhou ainda mais complexidade após uma nova decisão do ministro Alexandre de Moraes, que resolveu interromper os efeitos das ações do Executivo e Legislativo relacionados ao imposto. Moraes agora busca uma “conciliação” entre os Poderes, embora muitos vejam isso como interferência direta nas prerrogativas institucionais.

Questionado sobre os rumos da política latino-americana, Campos Neto observou uma mudança de comportamento na região. Para ele, a população está buscando modelos mais voltados à liberdade individual. “Existe um padrão nos regimes mais autoritários da região, que está sendo revisto. Sempre acreditei que quanto maior o controle do Estado, menor a autonomia das pessoas. E as doutrinas de viés igualitário muitas vezes ignoram a necessidade de combater a pobreza real”, afirmou.

Sobre as especulações em torno das eleições de 2026, Campos Neto foi direto: não pretende se envolver com política partidária. Negou qualquer ligação com eventuais candidaturas e reafirmou que sua atuação será restrita ao setor privado. “Acabei de assumir uma posição em uma instituição de tecnologia e finanças. Sempre disse que minha vocação é nessa área. Fui muito especulado nos últimos anos, mas a resposta está dada: não vou me envolver em campanha”, concluiu.

By Jornal da Direita Online

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