Câmara prestes a debater PEC que ameaça acabar com a escala 6×1 no Brasil!

Durante evento realizado pelo banco Safra nesta segunda-feira (28), o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), declarou que a Casa deverá analisar nos próximos dias a chamada “PEC 6×1”, que pretende acabar com a tradicional escala de seis dias de trabalho para uma folga semanal. Em suas palavras, o presidente afirmou que não há preconceito em pautar temas polêmicos. “Desde anistia até PEC 6×1, tudo merece ser discutido”, afirmou Motta.

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Segundo o deputado, a Câmara tratará o tema com responsabilidade institucional, mas sem vender ilusões à população. “Não dá para ficar vendendo sonho sabendo que esse sonho não vai se realizar”, declarou. Para Motta, a honestidade com o eleitorado deve prevalecer, mesmo que a verdade seja dura. A fala sinaliza que, apesar da popularidade do tema, sua aprovação pode encontrar resistências técnicas e políticas.

A PEC 6×1, mencionada por Motta, é de autoria da deputada Erika Hilton (Psol-SP) e propõe extinguir o regime atual de seis dias de trabalho para um dia de folga. A proposta rapidamente ganhou grande apelo nas redes sociais e uma petição em apoio à ideia já ultrapassa 2,3 milhões de assinaturas. No entanto, mesmo com a mobilização popular, o assunto divide opiniões dentro do Parlamento e no meio empresarial.

O Ministério do Trabalho emitiu nota afirmando que uma redução na jornada de 44 horas semanais seria “plenamente possível e saudável”, desde que resultasse de uma decisão coletiva. A pasta tenta suavizar a pressão popular e sinalizar disposição para debater a modernização das relações de trabalho, mas sem assumir oficialmente uma posição favorável à aprovação da PEC.

Por outro lado, representantes do setor produtivo reagiram com veemência. O presidente do conselho de emprego e relações do trabalho da FecomercioSP classificou a proposta como “populista, inviável e sem condições práticas de ser implementada”. Segundo ele, a medida traria prejuízos tanto para empregadores quanto para trabalhadores, afetando especialmente setores que dependem de escalas regulares.

A discussão promete agitar a Câmara nos próximos dias. A oposição a Lula deve usar a PEC para expor o populismo de propostas que, embora sedutoras para a opinião pública, são desconectadas da realidade econômica. Resta saber se Hugo Motta e o Congresso resistirão à pressão popular ou se cederão ao apelo fácil em ano pré-eleitoral, abrindo mais um capítulo de irresponsabilidade com o futuro do país.