Barroso responde The Economist e nega ter dito ‘derrotamos o bolsonarismo’, mas vídeo é eterno

O presidente do Supremo Tribunal Federal, Luís Roberto Barroso, voltou a comentar o julgamento de ações penais contra o ex-presidente Jair Bolsonaro. Durante declaração recente, ele defendeu que os processos sejam conduzidos por uma das turmas do STF, e não pelo plenário. Segundo ele, esse é o procedimento previsto para casos que envolvem altas autoridades. A 1ª Turma segue analisando as acusações.

Barroso alegou que a maioria dos ministros da Corte já foi alvo de ofensas por parte de Bolsonaro.

Para ele, esse tipo de ataque não pode ser usado como argumento para pedir o afastamento dos magistrados dos julgamentos. “Se isso fosse critério de suspeição, bastaria xingar a Corte para escapar do julgamento”, ironizou.

O ministro também insistiu na narrativa de que o Brasil teria enfrentado tentativas de golpe de Estado, além de planos terroristas contra Lula, Alckmin e o próprio Supremo. Disse que o STF agiu para impedir o que chamou de “colapso institucional”, semelhante ao que teria ocorrido em outros países. As falas geraram reações nas redes sociais.

Sobre a polêmica declaração em que afirmou que o Supremo “derrotou Bolsonaro”, Barroso agora tenta recuar. Segundo ele, houve distorção do que foi dito e, na verdade, “foram os eleitores” que decidiram nas urnas. A frase original foi registrada em julho de 2023, durante congresso da UNE, e continua repercutindo negativamente.

Enquanto Barroso recua, a revista britânica The Economist trouxe novas críticas ao ativismo judicial no Brasil. A publicação classificou Alexandre de Moraes como um “juiz superstar” com “poderes amplos”, que afetam sobretudo a direita. A comparação feita com a Suprema Corte dos EUA levantou ainda mais debate sobre os limites do STF.

Para muitos, a insistência em justificar as ações da Corte soa como uma tentativa de blindagem. O Supremo tem enfrentado crescentes questionamentos por parte da sociedade, especialmente por decisões monocráticas e ações que extrapolam o papel constitucional. A crise de confiança entre o povo e o Judiciário parece longe de terminar.