
O presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Luís Roberto Barroso, divulgou uma nota oficial em resposta à revista britânica The Economist, negando ter afirmado que “derrotaram o bolsonarismo”. Ele esclareceu que quem o fez foi o eleitorado e que a frase foi incorretamente atribuída ao STF como instituição.
Na nota, Barroso reforça que o Brasil vive uma democracia plena, com respeito aos direitos fundamentais e um sistema de freios e contrapesos. Ele afirmou que o Judiciário não busca protagonismo político e que suas decisões seguem o rito constitucional e legal, sem intenção de influenciar partidos ou candidaturas.
Especialistas e juristas conservadores criticaram a nota, afirmando que o presidente da Corte se equivocou ao responder diretamente à imprensa. Segundo André Marsiglia, a declaração de Barroso seria um exagero na defesa institucional, violando o princípio da impessoalidade exigido por normas jurídicas e administrativas.
A discussão remonta a julho de 2023, quando Barroso falou em evento da UNE: disse que “nós derrotamos o bolsonarismo”, referindo-se à resistência às ameaças à democracia. Na ocasião, foi interpretado como posicionamento institucional, gerando pedidos de impeachment por parlamentares da direita.
Atualmente, Barroso nega ter sido o autor daquela declaração, afirmando que a interpretação foi distorcida. A polêmica reforça o debate sobre neutralidade do STF frente a pressões políticas e questiona se o Judiciário pode ser acusado de parcialidade em episódios de forte polarização nacional.