
O registro de Lula, Motta e Davi Alcolumbre em conversa descontraída na antessala do STF correu o país e gerou revolta nas redes.
Em meio a um cenário de crise institucional, ver o presidente e caciques políticos aos risos dentro do prédio da Suprema Corte reforça a percepção de promiscuidade entre política e Judiciário. A imagem contrasta com o discurso oficial de “respeito às instituições” e acende o alerta para a falta de decoro.
A cena surgiu justamente quando temas sensíveis ao governo e à própria Corte estão em pauta, o que multiplica a leitura negativa do gesto. Para a oposição, o encontro informal, em clima de camaradagem, simboliza a blindagem recíproca: políticos pressionados por investigações e ministros sob questionamentos trocando gentilezas onde deveriam prevalecer distância e formalidade.
Críticos apontam que não se trata de mera “casualidade de corredor”, mas de gesto político calculado para demonstrar força e intimidade com o foro supremo do país. A presença sorridente de lideranças do Legislativo ao lado do chefe do Executivo, dentro do STF, projeta a sensação de aparelhamento e reduz a confiança pública numa Justiça imparcial e independente.
O episódio também evidencia o descolamento da elite política em relação à realidade do brasileiro comum. Enquanto o país enfrenta problemas econômicos e os escândalos se acumulam, a cúpula aparece relaxada e segura nos bastidores da Corte.
Para quem cobra responsabilidade, a mensagem é devastadora: os de cima seguem protegidos por laços de conveniência, rindo em locais onde a sobriedade deveria ser regra.
No saldo político, a cena custará caro à imagem do governo e de seus aliados. Em tempos de sanções internacionais, investigações e CPIs, cada frame conta. E este, em particular, cristaliza a crítica central da direita: o Brasil está refém de um sistema fechado, em que decisões cruciais são antecedidas por conversas privadas e sorrisos públicos.