
O confronto entre o delegado Palumbo e a professora Jaqueline Muniz durante o programa de Paulo Mathias escancarou as visões opostas sobre a atuação policial no Rio de Janeiro. O embate, que aconteceu após as megaoperações nos complexos da Penha e do Alemão, mostrou o contraste entre a teoria acadêmica e a realidade vivida pelos policiais que arriscam a vida no combate ao crime organizado.
Jaqueline Muniz criticou as estratégias das operações, classificando-as como mal planejadas e arriscadas para os próprios agentes. Segundo ela, há falta de preparo técnico, recursos e planejamento tático adequados para enfrentar o poder bélico das facções. “Não dá para colocar um policial sozinho, sem visada de 360º, com arma na mão, num território acidentado como o do Alemão. Operações exigem planejamento e superioridade de meios. A polícia não é chuchu que dá em cerca”, afirmou a professora, em tom de crítica à condução das ações.
A resposta do delegado Palumbo foi firme e direta. Ele defendeu os policiais, afirmando que enfrentam diariamente cenários imprevisíveis e de extremo risco, onde a “teoria” raramente se aplica. “Quando a gente vai cumprir uma operação, não sabe o que vai vir. Pode ser um drone com bomba, uma emboscada. A senhora fala de soberania, mas em várias comunidades o Estado não entra. Isso é uma afronta à soberania”, rebateu, arrancando aplausos do público presente.
Em tom mais duro, Palumbo ainda criticou o que chamou de “teorização excessiva” sobre segurança pública, argumentando que o discurso acadêmico desconecta-se da realidade das ruas. “É difícil discutir quando se fala só de método e número. Enquanto isso, os policiais estão morrendo no morro”, afirmou. E finalizou de forma contundente: “Você não tem a menor noção do que é subir o morro. Fica cagando regra aí.”
O embate repercutiu fortemente nas redes sociais, onde muitos saíram em defesa de Palumbo, destacando a distância entre o conforto das salas de aula e o caos das favelas dominadas por facções. Para o público, o delegado traduziu a voz de milhares de agentes que lutam diariamente sem apoio, enquanto os “especialistas” preferem criticar quem coloca o corpo em risco para defender a sociedade.
