O entorno do governador de Romeu Zema (Novo) passou a se movimentar para colocá-lo como candidato a vice-presidente em uma eventual chapa encabeçada por Flávio Bolsonaro ao Palácio do Planalto. A articulação ocorre nos bastidores e envolve costuras políticas de alcance nacional.
A movimentação vem sendo conduzida pelo presidente do PSD, Gilberto Kassab. Zema esteve com Kassab em São Paulo na última sexta-feira, encontro que teria dado novo impulso às negociações e ao desenho da aliança.
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O arranjo discutido inclui o apoio de Flávio Bolsonaro e de Kassab à candidatura de Matheus Simões ao governo de Minas Gerais em 2026, além do lançamento do governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, como presidenciável pelo PSD.
Com essa configuração, Kassab ampliaria sua influência política ao se posicionar em três frentes nacionais: a candidatura de Flávio Bolsonaro, a de Eduardo Leite e, ao mesmo tempo, a manutenção da relação com o governo Lula. O acordo não exigiria que o PSD deixasse os cargos que ocupa hoje na Esplanada dos Ministérios, incluindo Agricultura, Minas e Energia e Pesca.
A movimentação também teria impacto direto na disputa pelo governo mineiro. A presença de Zema em uma chapa presidencial fortaleceria Matheus Simões, que atualmente aparece em situação desfavorável nas pesquisas, atrás de Cleitinho, Alexandre Kalil e Gabriel Azevedo.
A avaliação nos bastidores é que, com Zema compondo a chapa de Flávio Bolsonaro, o bolsonarismo poderia declarar apoio a Simões e, com isso, enfraquecer Cleitinho, cujo eleitorado é majoritariamente alinhado ao ex-presidente Jair Bolsonaro.
Para Flávio, a aliança garantiria um palanque robusto em Minas Gerais, o segundo maior colégio eleitoral do país. Em São Paulo, ele contaria com o apoio do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), que até o momento não demonstra intenção de disputar a Presidência.
O desenho político pressupõe ainda a saída de cena de Ratinho Jr. (PSD). O governador do Paraná não tem sinalizado disposição para entrar na corrida presidencial e avalia disputar o Senado em 2026, além de tentar emplacar um sucessor no estado. O nome apoiado por ele, Guto Silva, aparece mal posicionado nas pesquisas.