O grande aiatolá Naser Makarem Shirazi, um dos mais influentes clérigos xiitas do Irã, publicou neste sábado (29) uma fatwa (sentença religiosa) que eleva o grau de tensão entre Teerã, Washington e Jerusalém. Na decisão, Shirazi classifica o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, como mohareb — “inimigos de Deus” segundo a jurisprudência islâmica. Pelas leis da Sharia, a condição de mohareb pode admitir punição capital.

A ordem foi emitida depois de Trump declarar que “poupou” o líder supremo iraniano, aiatolá Ali Khamenei, de “uma morte feia e ignominiosa”, e de o ministro da Defesa de Israel prometer que Khamenei “pagará por seus crimes”. Para Shirazi, ameaças tão diretas à principal autoridade religiosa do Irã violam os mais altos princípios do Islã.

“Ameaçar a vida do líder supremo ou dos marjas do Islã é uma das ofensas religiosas mais graves. É dever enfrentar esses inimigos e fazê-los arrepender-se de suas palavras e erros”, cravou o aiatolá em sua sentença.

No sistema teocrático iraniano, fatwas têm peso jurídico: podem orientar tribunais, legitimar represálias externas e galvanizar grupos militantes. Foi o que ocorreu em 1989, quando a famosa fatwa do aiatolá Ruhollah Khomeini transformou o escritor Salman Rushdie em alvo mundial — perseguição que culminou em sua facada em 2022.

A determinação de Shirazi expõe Trump e Netanyahu a novas ameaças de grupos alinhados a Teerã, num momento em que a escalada verbal já vinha alimentando temores de um conflito regional aberto.

By Jornal da Direita Online

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