
Toda vez que Michel Temer se pronuncia sobre temas envolvendo Alexandre de Moraes, a repercussão é inevitável. Afinal, além de constitucionalista, o ex-presidente foi o responsável por indicar Moraes ao Supremo Tribunal Federal (STF).
No dia em que o ministro Luiz Fux apresentou seu voto pela absolvição do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Temer estava em Salvador (BA), participando do 3º Congresso Brasileiro de Direito e Sustentabilidade. Questionado sobre a manifestação de Fux, Temer disse que o voto foi “importantíssimo” para Bolsonaro e classificou a posição como “processualmente respeitável”.
O ex-presidente, no entanto, buscou equilibrar a fala ao acrescentar: “tanto quanto Moraes”. Segundo Temer, a divergência entre os ministros é algo natural dentro da Corte, e ambos possuiriam uma suposta “qualidade pacificadora”.
A declaração caiu mal e soou como verdadeira piada diante do histórico de autoritarismo e arbitrariedades de Alexandre de Moraes. Enquanto Fux destacou a incompetência do STF para julgar Bolsonaro, Moraes se firmou como o grande algoz da direita, aplicando penas desproporcionais e conduzindo um processo marcado por perseguição política. Chamar isso de “pacificação” é, no mínimo, um insulto à inteligência dos brasileiros.