A trajetória de Flávia Perez, ex-deputada e ex-ministra de Bolsonaro, virou um enredo que mistura poder, escândalos e escolhas duvidosas. O jornalista Hugo Studart publicou um texto descrevendo como a ex-parlamentar viveu altos e baixos sucessivos após se envolver com dois homens influentes. Primeiro, Flávia se casou com o ex-governador José Roberto Arruda, preso durante o escândalo conhecido como “Mensalão do DEM”, o que a obrigou a frequentar a Papuda, vivendo constrangimentos comuns a familiares de detentos. Depois, buscando estabilidade, uniu-se ao bilionário Augusto Lima, sócio do Banco Master — e novamente viu tudo ruir.
No início, Flávia era apenas a personal trainer de Arruda, com quem iniciou um relacionamento que o levou a abandonar o casamento e a promovê-la a assessora especial. Após a prisão do governador, a ex-deputada se manteve politicamente ativa e Arruda trabalhou para elegê-la como a mais votada do Distrito Federal. A ascensão continuou quando Bolsonaro a nomeou ministra da Articulação Política, garantindo a ela espaço no Palácio do Planalto. Porém, segundo o relato de Studart, Flávia teria passado a se distanciar politicamente e pessoalmente de Arruda, buscando “luz própria” e proximidade com figuras influentes do Congresso.
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A partir daí, a relação entre ambos se deteriorou. Flávia passou a usar o nome Flávia Perez, sinalizando seu afastamento do marido. Mesmo com apoio inicial de Arruda, sua candidatura ao Senado perdeu força quando ele retirou o suporte emocional e político. Sem o sobrenome Arruda, os votos evaporaram e a vaga acabou nas mãos de Damares Alves, que venceu com ampla vantagem. Logo após a derrota, Flávia anunciou o término do casamento com Arruda e a união com Augusto Lima, o bilionário que controlava o Banco Master — um movimento visto como tentativa de retomar o status.
Mas a nova vida desabou com ainda mais força. Nesta semana, a Polícia Federal prendeu Augusto Lima em uma operação que apura fraudes bilionárias envolvendo o Banco Master. O Banco Central decretou a liquidação da instituição, apontando suspeitas de rombo de até R$ 12 bilhões. Com o novo marido atrás das grades, o destino de Flávia parece ter retornado ao mesmo ponto de início: visitas íntimas na Papuda e uma nova sequência de humilhações públicas. Para completar o enredo, José Roberto Arruda recuperou sua elegibilidade e já desponta com cerca de 25% das intenções espontâneas para o governo do DF em 2026.
A história, como destaca Studart, expõe a verdadeira montanha-russa que o poder político no Brasil costuma provocar. Para Flávia, a sucessão de escolhas e alianças revela como ambições pessoais e movimentações nos bastidores podem gerar ascensões meteóricas seguidas de quedas brutais. E, para o eleitor, é mais um retrato de como figuras ligadas ao poder transitam entre cargos, escândalos e prisões com uma naturalidade que choca pela repetição e pela falta de consequências duradouras.