A atuação do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), em defesa da anistia ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), provocou forte incômodo nos gabinetes do Supremo Tribunal Federal (STF). A insatisfação cresceu porque o julgamento da ação penal contra Bolsonaro ainda está em andamento.
De acordo com bastidores revelados pela imprensa, ministros receberam mal as declarações recentes de Tarcísio, quando disse “não confiar” na Justiça que julga Bolsonaro. Um deles classificou a fala como “absurda”, ressaltando o contraste com o perfil mais conciliador que o governador vinha apresentando em relação à Corte.
O fato de Tarcísio se antecipar e articular pela anistia antes da conclusão do julgamento aumentou as críticas internas. Para os ministros, o governador deveria ter aguardado o resultado final antes de entrar abertamente no embate político, o que pode fragilizar ainda mais sua relação com o STF.
Nos bastidores, porém, a avaliação é que o movimento de Tarcísio busca fortalecer sua imagem junto à base bolsonarista e abrir caminho para 2026, quando deve disputar a Presidência da República. Em Brasília, cresce a pressão para que o projeto de anistia aos envolvidos no 8 de janeiro seja pautado, contando com apoio do Centrão e com a atuação direta de Tarcísio nas negociações.