
O ex-assessor de Alexandre de Moraes, Eduardo Tagliaferro, participou nesta terça-feira (2), por videoconferência da Itália, de uma audiência pública da Comissão de Segurança Pública do Senado, presidida por Flávio Bolsonaro (PL-RJ). O encontro coincidiu com o início do julgamento do “núcleo crucial” da suposta trama golpista no Supremo Tribunal Federal (STF) e trouxe revelações explosivas.
Tagliaferro afirmou que houve direcionamento político no TSE durante as eleições de 2022, conduzido por Moraes e sua equipe, com o objetivo de denegrir a imagem de Jair Bolsonaro e favorecer a esquerda. Segundo ele, esse processo seguiu inclusive após o fechamento das urnas, com monitoramento das redes sociais de apoiadores de Bolsonaro, parlamentares e comunicadores.
“Todo o trabalho feito por Alexandre de Moraes não só foi um atentado à liberdade de expressão, como também à democracia do país. Eu mesmo, hoje, sofro isso. Não posso me manifestar. Sou tratado como criminoso por ele, perseguido por ele”, declarou. Moraes já solicitou sua extradição à Itália, o que intensifica a perseguição relatada pelo ex-assessor.
Além das denúncias de manipulação política, Tagliaferro descreveu o clima de terror e pressão dentro do gabinete do ministro. Ele relatou que o colega Airton Vieira, hoje desembargador, chegou a desmaiar de nervoso durante o trabalho. “Era terrível o ambiente. Eu recebia uma carga muito negativa, com palavras ruins e ameaças de exoneração”, disse.
As falas de Tagliaferro reforçam a gravidade das revelações da Vaza Toga, que expuseram como a estrutura do TSE teria sido usada para abastecer inquéritos no STF mesmo após as eleições. Para parlamentares presentes, o depoimento revela um verdadeiro atentado à democracia conduzido de dentro da mais alta corte eleitoral do país.