
O ministro Alexandre de Moraes, do STF, autorizou que o advogado Lucas Brasileiro, preso há dois anos pelos atos de 8 de janeiro de 2023, fosse ao velório da avó, Joanice, no Distrito Federal. Mas o que era para ser um gesto humanitário se transformou em mais um episódio de humilhação.
O pai de Lucas gravou um vídeo desesperado ao saber que a presença do filho poderia não acontecer por “falta de contingente policial”. Horas depois, o preso chegou ao cemitério, mas cercado por um verdadeiro exército de agentes. Segundo familiares, cerca de 35 policiais armados com fuzis participaram da escolta.
Algemado e tratado como um criminoso de alta periculosidade, Lucas pôde ver o caixão da avó, mas foi isolado de sua própria família. Nem sequer teve o direito de abraçar sua mãe em um dos momentos mais dolorosos de sua vida. A cena comoveu a todos que presenciaram o ato.
Casado e pai de duas filhas pequenas, Lucas segue preso, mesmo sem provas de que tenha participado de atos de vandalismo. O caso escancara o caráter político das prisões do 8 de janeiro, que transformaram cidadãos comuns em reféns de um sistema autoritário e vingativo.