
Dirigentes do Banco do Brasil correram para negar, nos bastidores, que a instituição tenha sido a responsável pelo bloqueio dos cartões internacionais do ministro Alexandre de Moraes, sancionado pela Lei Magnitsky nos Estados Unidos. A versão oficial, repassada ao colunista Paulo Cappelli (Metrópoles), é de que o BB não cancelou os serviços, embora confirme que Moraes recebeu a oferta de um cartão Elo após o episódio.
O detalhe é que a própria bandeira Elo — controlada por Banco do Brasil, Bradesco e Caixa — proíbe em seu regulamento a emissão de cartões a clientes sancionados por órgãos internacionais, como o Departamento de Estado dos EUA ou o OFAC. Ou seja, a suposta “alternativa” pode ser apenas uma saída de fachada, já que, na prática, Moraes também pode ser barrado no uso desse cartão.
A confusão começou porque Moraes, de fato, teve um Mastercard bloqueado, mas por outra instituição financeira. O Banco do Brasil, por sua vez, tentou se blindar alegando que apenas cumpre a legislação nacional e as normas dos mais de 20 países em que possui operações. Na quarta-feira (20), a presidente do banco, Tarciana Medeiros, repetiu essa linha, evitando qualquer explicação detalhada.
O caso expõe o dilema: bancos brasileiros, mesmo os “nacionais”, seguem atrelados às regras internacionais, e quando o cliente entra em uma lista de sanções como a Magnitsky, a exclusão financeira é praticamente inevitável. O episódio reforça que Moraes já vive os efeitos da chamada “morte civil financeira” e que, por mais que tentem abafar, o desgaste é irreversível.