
Fontes próximas a Donald Trump garantem que o ex-presidente exige ser ouvido pelo governo brasileiro ou o custo será muito alto. A mensagem é clara: caso Brasília ignore os alertas de Trump, há risco real de retaliações econômicas severas — incluindo a implementação de tarifas extras ou sanções que podem paralisar setores estratégicos.
Trump, que já firmou ameaça de tarifa de 50% sobre produtos brasileiros a partir de 1º de agosto, entende o Brasil como aliado de seu adversário Bolsonaro e vê como “injusta” qualquer repercussão judicial que prejudique o ex-presidente. Sua fala reflete um momento em que alianças políticas reverberam diretamente em decisões comerciais.
Analistas próximos também destacam que os EUA estão preparados para aplicar sanções secundárias contra empresas que continuem negociando com o Brasil, seguindo o modelo da Lei Magnitsky. A advertência sinaliza que não haverá tolerância para países ou setores que desrespeitem o novo padrão de retaliação americana.
Enquanto dirigentes brasileiros tentam negociar internamente com diplomatas e senadores, Trump defende que “estar no mesmo eixo ideológico não basta”: é preciso acatar sua autoridade ou enfrentar perdas econômicas irreversíveis. O recado representa uma ruptura na lógica tradicional de autodeterminação.
Para a ala conservadora, o episódio expõe o abandono da política externa pragmática pelo governo atual. Ao ignorar os canais diretos com Washington, o Brasil se arrisca a sofrer sanções drásticas, enquanto economias alinhadas — como Argentina, Japão e UE — negociam sem pressão ideológica.
O quadro é tenso: Trump demanda respeito político e institucional. Se não for atendido, o Brasil sofrerá os efeitos de tarifas excepcionais, prejuízo de contratos, cancelamento de pedidos e enfraquecimento do agronegócio. É um sinal de que alianças ideológicas podem, sim, custar caro.