
O deputado federal Alexandre Ramagem não poupou palavras ao reagir a uma investida de Lindbergh Farias. O petista tentou contestar um recurso apresentado pelo PL na Comissão de Constituição e Justiça, mas foi rapidamente enquadrado. Para Ramagem, falta legitimidade ao colega para interferir em um caso que sequer diz respeito ao seu mandato.
A polêmica gira em torno da ação penal aberta no STF contra Ramagem, com base em fatos supostamente anteriores à sua diplomação.
O PL apresentou recurso na Câmara para suspender o processo, alegando violação das garantias constitucionais dos parlamentares. Lindbergh questionou a manobra, mas ouviu uma resposta dura.
Ramagem afirmou que o petista não tem “autoridade política nem jurídica” para opinar sobre o caso. E disparou: “O Partido dos Trabalhadores deveria se preocupar com seus próprios escândalos em vez de tentar calar a oposição com farsas judiciais”. O clima entre os dois ficou tenso desde então.
Nos bastidores, aliados de Ramagem classificaram a atitude de Lindbergh como “teatral” e parte de uma tentativa do PT de manter o controle narrativo sobre os eventos pós-eleição. O deputado do PL insiste que sua atuação sempre foi dentro da legalidade e que o STF extrapola suas funções ao manter o processo ativo.
O episódio reacende a discussão sobre os limites da imunidade parlamentar e o papel da Suprema Corte diante do Legislativo. Para a oposição, o caso de Ramagem é mais um exemplo da perseguição política escancarada contra quem ousa enfrentar o sistema.
A decisão final sobre o recurso ainda está nas mãos da CCJ. Mas uma coisa já é certa: o embate entre Ramagem e Lindbergh revelou o nível de tensão entre o PL e o PT, com reflexos claros nas próximas votações. E na arena política, ninguém está disposto a abaixar a guarda.