A Índia está em negociações avançadas para fechar um acordo comercial provisório com os Estados Unidos, o que poderia resultar em tarifas de importação abaixo de 20%, conforme informações divulgadas pela Bloomberg. Se concretizado, este entendimento colocaria a Índia em uma posição mais favorável em relação a outras nações asiáticas que foram recentemente alvo de novas taxações.

A expectativa é que a Índia não seja penalizada com tarifas adicionais, uma situação diferente da de diversos outros países que receberam notificações semelhantes esta semana. O acordo deverá ser anunciado publicamente, mas o momento exato da divulgação ainda é incerto. O caráter provisório do pacto permitirá que as negociações continuem, dando à Índia a chance de resolver questões pendentes antes de um acordo definitivo.

Termos e Impasses

O acordo comercial provisório deve estabelecer uma tarifa básica abaixo de 20%, contrariando os 26% inicialmente sugeridos. No entanto, essa formulação permitirá que ambas as partes continuem discutindo a taxa no contexto de um pacto final.

A Índia busca condições mais favoráveis do que as concedidas ao Vietnã, que já enfrenta tarifas de 20% sobre suas importações e tem tentado renegociar essa taxa. Até o momento, o Reino Unido é o único outro país que teve um acordo anunciado por Donald Trump.

Apesar de a Índia ter sido uma das primeiras nações a buscar diálogo com a Casa Branca neste ano, tensões surgiram nas últimas semanas das discussões. Questões como a exigência dos EUA para que a Índia abra seu mercado a culturas geneticamente modificadas, algo que Nova Déli rejeita por riscos aos seus agricultores, e barreiras não tarifárias no setor agrícola, além de processos regulatórios no setor farmacêutico, ainda são pontos de discórdia. Uma delegação indiana deve visitar Washington em breve para avançar nas negociações, tendo a Índia já apresentado sua proposta final aos EUA.

Pressão sobre o BRICS e reações brasileiras

O cenário de negociações da Índia acontece em um contexto de pressão do governo Trump sobre o grupo BRICS. Recentemente, o presidente dos EUA anunciou uma tarifa de 50% sobre todos os produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos. A medida veio dias após a Cúpula do BRICS no Rio de Janeiro, onde temas como multilateralismo e cooperação entre países do Sul Global foram centrais.

Trump justificou a tarifa ao Brasil citando processos judiciais contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e contra redes sociais americanas, além de práticas comerciais brasileiras que considera prejudiciais aos EUA. A tarifa sobre produtos brasileiros está programada para entrar em vigor em 1º de agosto.

Em resposta, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou, em entrevista ao Jornal Nacional, que o Brasil pode aplicar a lei de reciprocidade e buscar apoio da Organização Mundial do Comércio (OMC) e de outros países para posicionar-se sobre a questão. “Não perco a calma e não tomo decisões com 39 graus de febre. O Brasil utilizará a Lei da Reciprocidade quando necessário e vai tentar com a OMC e outros países tomar uma posição para saber quem está [errado]”, afirmou Lula.

Gazeta Brasil

By Jornal da Direita Online

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