
O ministro Alexandre de Moraes vetou o pedido do portal Poder360 para entrevistar Filipe Martins, ex-assessor de Bolsonaro e réu na ação de “tentativa de golpe de Estado”. Alegou “impertinência” e risco de “tumulto”, mas não explicou o que seria tal ameaça. O STF assim fecha mais uma porta, impedindo que o público ouça a versão do acusado — justo num processo que já coleciona lacunas, prorrogações infinitas e provas contestadas.
Martins foi preso na operação Tempus Veritatis em 2024, acusado pela PF de fuga aos EUA junto com Bolsonaro em 30 de dezembro de 2022. A defesa, porém, apresentou documento da Latam mostrando que ele voou de Brasília a Curitiba em 31 de dezembro. Mesmo sem comprovar a viagem, a PF sustentou a narrativa, e Moraes manteve a prisão por sete meses. Agora, a negativa de entrevista reforça a suspeita de que o Supremo age para blindar a versão oficial.
Ao censurar a liberdade de imprensa, Moraes impede o contraditório e deixa o caso refém de vazamentos seletivos. Sem depoimento público do réu, o inquérito segue alimentando manchetes, mas jamais entrega a “prova definitiva” do suposto golpe. A quem interessa silenciar Filipe Martins se a Justiça busca a verdade? A cortina de fumaça permanece — e a sociedade paga o preço da informação amputada.