
A deputada federal Silvia Waiãpi (PL-AP) está considerando iniciar uma greve de fome como forma extrema de protesto contra a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que cassou sete mandatos de parlamentares eleitos em 2022. A corte aplicou, de maneira retroativa, uma nova regra sobre as sobras eleitorais, beneficiando partidos de esquerda e afastando representantes conservadores que foram escolhidos nas urnas.
Silvia protocolou um requerimento ao presidente da Câmara, Hugo Motta, pedindo que o tema seja debatido com urgência em plenário. Ela alertou sobre o risco institucional: “Hoje somos sete. Amanhã, podem ser mais. Estão minando o valor do voto popular”. A parlamentar, que é indígena e militar da reserva, apontou a injustiça de mudar regras após o jogo ser jogado: “Lutei para ser candidata. Respeitei a lei. Agora, querem mudar as regras do jogo depois do resultado das urnas?”
A manobra do STF, que envolveu embargos de declaração — um instrumento jurídico normalmente usado para esclarecer decisões, e não para modificar eleições concluídas — está sendo chamada por juristas e parlamentares de “golpe técnico”. Entre os prejudicados estão Silvia Waiãpi, Sonize Barbosa e Gilvan Máximo, todos aliados da pauta conservadora e da base do presidente Jair Bolsonaro.
O Congresso reagiu à decisão. A Câmara dos Deputados apresentou recurso, alegando violação da coisa julgada, insegurança jurídica e desrespeito à soberania popular. Mas, como já tem se tornado um padrão, o STF rejeitou o pedido, consolidando mais uma interferência judicial sobre as urnas e confirmando a substituição dos parlamentares por nomes de PCdoB, PSOL e PSB, muitos dos quais não foram eleitos diretamente pelo povo.
A possível greve de fome de Silvia Waiãpi simboliza o desespero de uma representante eleita diante de uma Corte que ultrapassa os limites constitucionais. Em um momento de tensão entre os poderes, esse episódio expõe mais uma grave afronta à democracia e à vontade soberana dos eleitores brasileiros.
Parlamentares que perderam o mandato:
- Silvia Waiãpi (PL-AP)
- Sonize Barbosa (PL-AP)
- Professora Goreth (PDT-AP)
- Dr. Pupio (MDB-AP)
- Gilvan Máximo (Republicanos-DF)
- Lebrão (União Brasil-RO)
- Lázaro Botelho (Progressistas-TO)
Substituídos por:
- Professora Marcivânia (PCdoB-AP)
- Paulo Lemos (PSOL-AP)
- André Abdon (Progressistas-AP)
- Aline Gurgel (Republicanos-AP)
- Rodrigo Rollemberg (PSB-DF)
- Rafael Bento (Podemos-RO)
- Tiago Dimas (Podemos-TO)